quarta-feira, 22 de outubro de 2014

IMPERFEIÇÃO, ARTE E POESIA


Precisei de 5 dias para escrever sobre o que vi na sessão da Mostra Percursos do último sábado. Mas vou precisar de muito mais tempo para perder a empolgação com o cinema de meus conterrâneos. \0/
Os filmes não são perfeitos. Ainda bem. Pois assim, todos compartilham da necessária vontade de multiplicar-se em outras aventuras de imagens e sons. 
Por mais que reconheçamos o amadorismo latente de algumas produções, no geral fica uma sentimento de conquista, do esforço premiado com a exibição numa tela de cinema. Como deve ser.
Levi Magalhães me encantou com suas poesias animadas. "A cabeça de Walter Benjamin" tem 3 minutos de bom humor, presunção e inteligencia. "Vida" é tão simples como o nome sugere, mas pense no trabalho que deve ter tido! Valeu cada gota de suor, e merece fazer carreira por festivais.
Luca Salri provoca excitação e reflexão com seu curta marginal, alegre e "Fortaleusense" - Fortaleza + Nonsense. 
Claro que quem viu os filmes citados se diverte "catando piolhos" mas é uma obra que se sustenta por seus próprios méritos. Espero que muita gente tenha se sentido tão instigado quanto eu (Tenha cuidado magistério! Se essa "mania" de cinema der dinheiro, nosso Luis carlos abandona a sala de aula por um set, fácil, fácil...)

Bárbara Cabeça deve ter uns 70 anos. (Bem disfarçados, é verdade.) pois nada explica seu olhar lírico. Só muito talento, claro. 
"Gabiru" pode ter um pouco de esteticismo - com uma imagem belissima se sobrepondo a um roteiro simplista - mas cada plano é bem pensado, cada movimento se encaixa na narrativa e a sequencia final é arrebatadora. Cinema feito daquele material inerente aos sonhos e pesadelos.

Pesadelo parece também permear a atmosfera de "O meu lugar", trabalho de Luana Sampaio, Tatiana Ferreira e Vitor Oliveira. a Narrativa em off causa um estranhamento inicial, mas quando sobe os créditos e vc percebe do que se trata... nossa! Dá até arrepios!
Estou ansioso pelo próximo sábado!